terça-feira, 3 de novembro de 2009

EXPLICA. MAS, NÃO JUSTIFIACA!

Brasil fez tudo o que podia; era pouco:
A curta e asséptica nota com que o Itamaraty anuncia a sua "satisfação" com o acordo alcançado em Honduras diz bem do pouco que o país fez ou podia fazer na crise. A rigor, a única atividade brasileira no imbróglio foi passiva: deixar que sua embaixada em Tegucigalpa servisse de residência para o presidente deposto Manuel Zelaya. Tudo o mais foi, digamos, apertar o "enter" de um programa que todo o mundo, literalmente, utilizou: condenar o golpe, primeiro; exigir a volta de Zelaya; apoiar as gestões negociadoras, impor sanções ao governo golpista. Pode ser muito ou pouco, conforme o ponto de vista de cada qual, mas foi claramente insuficiente para resolver a situação, o que só acabou acontecendo quando os Estados Unidos chamaram golpista e golpeado às falas. É justo, no entanto, reconhecer que, desde os primeiros dias, o chanceler Celso Amorim e o próprio presidente Lula haviam dito que só os Estados Unidos tinham bala suficiente na agulha para desatar o nó. O que equivale a reconhecer indiretamente que ao menos àquela parte das Américas não chega a liderança brasileira. Tampouco chega a venezuelana. Hugo Chávez chegou a ameaçar "quebrar" os golpistas, na sua retórica sempre colorida e incendiária. Não quebrou nem tinha cacife para fazê-lo. Aliás, o "bolivarianismo" é o principal perdedor da crise toda. O objetivo dos golpistas sempre foi o de impedir a permanência no poder de um presidente nascido das costelas do conservadorismo hondurenho e, de repente, "bolivarianizado". Impediram por quatro meses, bloquearam qualquer hipótese de reeleição e parece altamente improvável que surja um herdeiro de Zelaya para vestir, com alguma força, a camisa vermelha dessa corrente. Pelo menos nas eleições de novembro, que, em tese, zerarão a crise de uma vez, não há um candidato que possa representar o incipiente "zelaysmo". O presidente, de resto, já havia perdido as eleições internas em seu partido. Diante da resistência de uma fatia importante dos fatores de poder em Honduras ao "bolivarianismo", o razoável é supor que o presidente que venha a se eleger em novembro será no mínimo cauteloso. Até porque todo o mundo viu que o sétimo de cavalaria que desfez o cerco aos supostos mocinhos não vestia vermelho, mas a velha bandeira das listas e estrelas, sempre presente nessa parte do mundo.//(Fonte: Clòvis Rossi/FOLHA)//.

CPI-BRASIL.COM(Comentário):
Tudo isto não passa de explicações sem o menor cabimento. Em determinadas situações ou procedimentos, para não cair-se no ridículo, usa-se o velho ditado diz: A melhor resposta, é aquela que não se dá.

Um comentário:

angela disse...

Concordo com o comentário.
Abraços.