sábado, 9 de janeiro de 2010

A BAHIA QUE NÃO É MOSTRADA!

Pedido de socorro de um Professor de Direito:.
Caro amigo,
Como professor de Direito Constitucional, lamentavelmente me encontro na mais delicada situação que um discente pode se encontrar: acossado por um aluno desdenhoso da sagrada vocação do magistério a “exigir” com dedo em riste aprovação na disciplina, sob pena de sofrer os rigores da particular vingança, que a sua condição “trombeteada” de “marido de promotora de justiça” parece lhe conferir. Tratando-se de Bahia, creio que devo levar a ameaça a sério, principalmente após ser alertado por pessoas ligadas ao nefasto traficante de influências, de que outros membros do MP baiano da minha cidade começam a articular uma estratégia de retaliação ao professor que “ousou” auferir uma nota abaixo da média a um agregado, “por parentesco”, do Ministério Público baiano. Coisas do violento sul da Bahia. A ameaça, infelizmente dita no recôndito da privacidade, co mo é comum aos sórdidos, inclui ta mbém uma menção a um aparente parentesco com um delegado de polícia. Mais uma vez, em se tratando de Bahia, creio que devo levar isto muito a sério. Já tomei providencias pessoais, mudando apressadamente de endereço, notificando a IES na qual leciono e solicitando providenciais ao divino, pois, infelizmente fui “aconselhado” a não procurar a polícia e também a não citar nomes nesta parca missiva. Esta vexatória situação já me levou a uma crise nervosa com internação hospitalar de emergência. Neste momento em que escrevo, estou acordado (às 02:34 da manhã) com medo e preocupado com os ruídos que a rua traz. Temo pela minha vida, da minha esposa (também professora de direito) e da minha filha que se prepara para ingressar na faculdade de direito, e tragicamente está sendo apresentada ao “avesso” do que Aristóteles nos ensinou sobre a sublime virtude da justiça. Como filho da Bahia, hoje eu me envergonho; Como filho de policial militar aposentad o com honras, hoje eu me envergonho; Como membro de uma família de juristas, hoje eu me envergonho; Como professor e Mestre, hoje eu me envergonho; Como integrante da briosa comissão de direitos humanos da OAB-Ba,, hoje eu me envergonho: Como intransigente defensor do Constituição Federal e do seu art. 206 caput e inciso II, hoje eu me envergonho. Alguns meus alunos que tomaram conhecimento do fato estão solidários comigo, inclusive os colegas de turma do influente (e rico) “marido da promotora”, porém tal solidariedade não me garante a segurança necessária para o repouso dos justos e o livre exercício do magistério. Nos meus anos de docência já me deparei anteriormente com a violência dos maus, porém nunca antes aparentemente “patrocinada” por membros do aparato estatal. Mais uma vez, tragicamente, em se tratando de Bahia, creio que a amea ça deve ser levada muito a sério. Não obstante ao temor natural que tal situação me produz, tomei uma decis� �o grave. Não vou me esconder, não vou recuar, não vou ceder às ameaças dos loucos. Segunda feira vou trabalhar normalmente. Vou ministrar as minhas aulas e aplicar as minhas provas, (apesar de ter sido aconselhado a não ministrar e nem corrigir as provas do referido “marido da promotora”). A Deus pertence a minha vida e destino. Porém confesso que estou triste, confuso e receoso. A minha maior frustração, contudo, e com a minha abandonada e “pobre” Bahia, que como muitas vezes como um “sepulcro caiado” é linda quando vista por fora, porém suja quando vista por dentro.
(
P.S. Por um questão de justiça devo ressaltar que conheço vários promotores, policiais e delegados de polícia do meu Estado que honram as casas a que pertencem).
Itabuna, 12 de dezembro de 2009,
Prof. Msc. Belcorígenes de Souza Sampaio Júnior. OAB-Ba. 15567)
CPI-BRASIL.COM(Comentário):
Èste triste relato, retrata com fidelidade a atuação de justiça no Brasil e em particular no estado. Esta é a verddadeira Bahia e que não é mostrada ao grande público. As instituições brasileiras estão totalmente degradadas. A sociedade não tema quem apelar.E estamos falando de advogados, magistrados, juristas, desembargadores e a jstiça como um todo. A OAB, uma das mais atuantes entidades de classe, que que se manifestar urgentemente. Providencias terão que ser tomadas com prioridade "zero". Caso contrário continuaremos a dizer: TRISTE BAHIA!




Um comentário:

LUCONI MARCIA MARIA disse...

O meu amigo, a justiça do Brasil é assim, aqui onde moro em Praia Grande São Paulo, é o fórum mais demorado do Brasil, pelo menos é a desculpa que o próprio fórum dá quando é cobrado pela demora do andamento de processos, eu mesma espero ser chamada para a primeira audiência de um processo que movi contra a empresa de ônibus, pois o motorista andou enquanto eu descia e eu quebrei as duas pernas e estou com sequelas cronicas e progressivas, isto meu amigo já tem quatro anos, não é de pasmar? Bem o jeito é esperar, somos pobres, ninguém se importa. Beijos Luconi